sábado, 25 de abril de 2009

As sombras

Perceber as sombras, admirar as sombras caminhando por ruas
vazias e molhadas de chuva, alumiadas por luz amarela que
ilumina tudo até as poças d`água ilumina que cria sombras
aos meus pés e reflexos que partem dos objetos e me encontro
parada, pingos de chuva na mente que divaga sobre qual seria
a substância que compõe esse poste essa pessoa transparente
no chão, acinzentada na parede e negra na alma, essa noite escura
esse ar carregado de umidade e frieza e não falo do tempo
Falo daquilo que emana das pessoas que me vêem sob a luz
amarela, esses olhares sob a luz amarela e pálida, agora eu
Eu sou a sombra na parede e o reflexo trêmulo na água podre
Sou eu, e me pisam e me cospem, mas sombra torna o colorido
mais vivo, e toda escuridão torna mais clara a luz seja amarela
de poste ou de Sol, seja do branco dos olhos ou do sorriso, esse
amanhecer que chega, ele vem quente e dourado e me preenche
as lacunas de escuridão, e me toma por inteira, eu-sombra
desapareço, desaparece o reflexo, também, e tudo se ilumina
agora a luz sou eu

Um comentário: